A Fossa das Marianas é um dos lugares mais misteriosos e extremos do planeta. Localizada no fundo do oceano Pacífico, essa formação geológica impressiona não só por sua profundidade, mas também por tudo o que ainda permanece desconhecido sobre ela. Por décadas, a curiosidade humana tem voltado os olhos — e as tecnologias — para esse abismo natural.
Apesar de vivermos em um mundo cada vez mais mapeado, o fundo dos oceanos ainda guarda muitos segredos. A Fossa das Marianas é um desses mistérios: um ponto tão profundo que poucos conseguiram explorar de fato. É um lembrete poderoso de como a Terra ainda tem seus espaços inexplorados.
Muito além de um dado geográfico, conhecer esse local ajuda a compreender a geologia da Terra, o funcionamento das placas tectônicas e até a possibilidade de formas de vida em ambientes extremos. Afinal, a pressão e a escuridão ali desafiam tudo o que sabemos sobre sobrevivência.
Neste conteúdo, você vai descobrir onde fica a Fossa das Marianas, qual sua profundidade real, como foi descoberta e algumas das expedições mais famosas que se aventuraram por lá.
Onde fica a Fossa das Marianas
A Fossa das Marianas está localizada no oceano Pacífico Ocidental, a leste das Ilhas Marianas, entre o Japão e a Indonésia. Mais precisamente, ela se estende por cerca de 2.500 km de comprimento e fica próxima à ilha de Guam, um território dos Estados Unidos. Esse ponto é conhecido por ser o local mais profundo de todo o oceano.
A região onde se encontra a fossa está diretamente relacionada à atividade geológica intensa. Ela é o resultado do encontro entre duas placas tectônicas: a placa do Pacífico, que está sendo empurrada para baixo da placa das Filipinas, em um processo chamado subducção.
Esse tipo de formação geológica é comum em áreas com alto risco sísmico e vulcânico, o que torna a Fossa das Marianas ainda mais interessante do ponto de vista científico. É um verdadeiro laboratório natural para estudar o comportamento da crosta terrestre e suas transformações ao longo de milhões de anos.
Qual a profundidade da Fossa das Marianas
A profundidade da Fossa das Marianas é algo que impressiona: o ponto mais profundo conhecido é o Challenger Deep, que alcança cerca de 10.984 metros. Para ter uma ideia da dimensão, se o Monte Everest fosse colocado dentro da fossa, ainda ficaria submerso por mais de 2.000 metros.
Essa medida, no entanto, pode variar ligeiramente de acordo com a tecnologia e os métodos utilizados nas expedições. Novas medições indicam pequenas variações, mas o consenso científico é que nenhum outro ponto do oceano conhecido ultrapassa essa profundidade.
Essa profundidade extrema cria um ambiente com pressões esmagadoras, temperaturas baixíssimas e ausência total de luz solar, o que torna o lugar inóspito para a maioria das formas de vida conhecidas. Mesmo assim, formas de vida adaptadas ao ambiente extremo já foram observadas em algumas expedições.
Como foi descoberta a Fossa das Marianas
A descoberta da Fossa das Marianas remonta ao final do século XIX, quando a embarcação britânica HMS Challenger conduziu uma expedição científica entre 1872 e 1876. Foi durante essa viagem que os primeiros registros da profundidade extrema foram feitos, utilizando técnicas rudimentares de sondagem com cordas e pesos.
Mais tarde, com o avanço da tecnologia, especialmente no século XX, novos estudos conseguiram mapear com maior precisão a área. Em 1951, uma nova embarcação chamada HMS Challenger II localizou o ponto mais profundo da fossa, batizando-o de Challenger Deep, em homenagem à missão original.
Desde então, a curiosidade científica só aumentou. Com o uso de sonares, robôs submersíveis e veículos tripulados, os pesquisadores conseguiram coletar dados mais detalhados sobre a topografia, temperatura, pressão e até mesmo a vida marinha da região.
Expedições e curiosidades sobre a Fossa das Marianas
Várias expedições importantes já se arriscaram a explorar a Fossa das Marianas. Uma das mais famosas ocorreu em 1960, quando o batiscafo Trieste, pilotado por Don Walsh e Jacques Piccard, alcançou o fundo do Challenger Deep. Essa foi a primeira viagem tripulada ao ponto mais profundo dos oceanos.
Décadas depois, em 2012, o cineasta James Cameron, conhecido por dirigir “Titanic” e “Avatar”, fez história ao realizar uma expedição solo ao fundo da Fossa das Marianas a bordo do submersível Deepsea Challenger. Ele passou cerca de 3 horas no fundo do mar e trouxe imagens inéditas da região.
Outras curiosidades sobre a Fossa das Marianas incluem:
- A pressão no fundo da fossa é mais de 1.000 vezes maior do que ao nível do mar.
- Alguns micro-organismos únicos foram descobertos, resistentes a ambientes extremos.
- Mesmo em um ambiente inóspito, há sinais de poluição humana, como partículas plásticas.
Essas missões são fundamentais para entender o funcionamento dos ecossistemas extremos e, até mesmo, levantar hipóteses sobre a possibilidade de vida em ambientes semelhantes fora da Terra, como nas luas geladas de Júpiter ou Saturno.
A Fossa das Marianas continua a ser um dos maiores mistérios da Terra. Mesmo com tantas descobertas, muito ainda permanece oculto nesse abismo oceânico. O interesse de cientistas, exploradores e do público geral só aumenta com o tempo — e novas tecnologias devem trazer ainda mais respostas nos próximos anos.
Se você achou interessante saber mais sobre o ponto mais profundo do oceano, compartilhe este conteúdo e deixe seu comentário! Qual dessas curiosidades você não conhecia?